O vento soprava "terrivelmente" e o mar se agitava como uma "chama contínua". Ondas de franjas brancas golpeavam o barco oscilante e, nas palavras de uma testemunha apavorada, "espumavam sobre nosso convés, prontas para nos partis em pedaços". A carga sob o convés balançava e tombava, barris de água rolavam de lado a lado, e os cabos estalavam nas polias e estais: "Que grito terrível o das pessoas, esperando partir a qualquer minuto". O Dove, indo de Topsham, na Inglaterra, para a Virgínia, nos Estados Unidos, levando bens manufaturados e passageiros, não era páreo para a violência dos elementos, que logo viravam a frágil embarcação de lado. Dois marinheiros portando machados subiram ao convés "para cortar o mastro principal, e então o navio se reergueu". Mas os problemas do Dove estavam longe de terminar (ver a figura 1).

Figura 1. Navios ingleses em uma tempestade, por Willem Van de Velde II. Os marinheiros trabalham em meio a velas em farrapos, mastros quebrados e cordames desfiados e emaranhados, num esforço desesperado para diminuir a resistência do navio ao vento.